segunda-feira, 22 de março de 2010

I'm lost in this place.



Eu poderia estar fazendo qualquer coisa. Poderia estar lendo, dando uma de mártir, assobiando enquanto chupava cana, rolando no chão de tanto rir ou poderia muito bem estar chorando até meus olhos incharem e a pele do meu rosto arder. Mas, não. Eu não estava fazendo nada disso e nem tinha vontade para tanto. Na minha mente uma voz fina soprava e soprava e mandava-me levantar e tentar fazer essas coisas ou mais outras, porém, no momento, eu não sabia como realizar tudo isso, havia desaprendido. E a única coisa que eu fiz foi entrar no meu quarto, fechar a porta, encostar-me à mesma e escorregar até o chão. Foi bobo, foi infantil, e meio deprimente, eu sei, obrigada. Mas é uma mania antiga, e uma realidade mais chata ainda; tem dimensões quadradas e ângulos retos, fede a mofo e é escuro, sem graça.

E eu penso que eu não deveria estar aqui, que eu podia estar fazendo um monte de coisas mais interessantes e menos desgastantes. Penso que eu poderia estar rindo junto com um amigo agora, e penso também que esse pensamento já é antigo e me ocorre que eu sinto saudade daquele tempo. Muita saudade. E eu me assusto com isso e me sinto perdida e me sinto cansada, cansada de não fazer nada e peço baixinho que aquele tempo volte, por favor, por favor, por favor...

Então eu fico sentada ali: com a camisa larga demais para mim; com o short curto demais para se usar fora do meu quarto; e as meias 3/4, bonitinhas e coloridas. Olho para as paredes do meu quarto e vejo como as cores delas se mesclam, o pink-exageradamente-rosa e o verde-minha-cor-preferida; olho e vejo como as sombras dos objetos parecem dançar e encaro a latinha de coca na minha mão, e penso que Percy havia dito alguma coisa assim, e procuro na minha mente a tal citação e encontro-a: “Por alguma razão, o açúcar e a cafeína sempre acalmavam meu cérebro hiperativo.”, e ele tem razão. Uma coca sempre ajuda meu cérebro-não-hiperativo-porém-hiporglicêmico.

E de repente me ocorre que eu sou a pior pessoa do mundo. E eu odeio isso. Odeio me culpar de tudo e (tentar) mostrar aos outros que eu não me culpo de nada e que meu (falso) ego é impenetrável.

Lembro-me que quando eu tinha oito anos e descobri que se eu queria um sorriso eu teria que dar um sorriso também, e descobri que cada um merecia um tipo de sorriso. No fim, eu tinha um sorriso para cada pessoa que eu conhecia. Meus sorrisos tinham nomes e eram guardados em forma de arquivos. Buscava o sorriso-Elisabete e dirigia à minha mãe antes de trancar-me no quarto, e quando cheguei lá o sorriso morrendo enquanto deslizava pela porta. No quarto não há sorrisos e a realidade cai como um peso morto em meus ombros.


Mas, essas são linhas que eu não posso mudar. Eu meio que estou perdida aqui.


6 comentários:

Bianca Caroline Schweitzer disse...

compre um martelo de borracha, eu comprei e foi legal
é quase como comprar outros sapatos, mas muito mais barato e inútil

tá, isso só foi para iniciar o comentário, por mais que eu tenha mesmo comprado um martelo (ele é lindo)

você não precisa sorrir, mas fique atenta que eles vão chegar mesmo contra-vontade

gostei do blog, minha recente seguidora que nunca comentou :)
serei sua nova seguidora e comentarista, bleh ;/

Bianca Caroline Schweitzer disse...

tira essa verificação de palavras que muitos não vão conseguir comentar, pow!
(a "caixa" da verificação não aparece totalmente, então só conseguiras escrever algo a movendo, mas muitos não vão conseguir mover. acho.)

Anônimo disse...

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